segunda-feira, julho 24, 2006

O Pedro trouxe uma pedra

Desculpem-me o uso de expressão de baixo calão, mas é a única que expressa o que sentimos durante algumas horas do sábado: cagaço.
Como de praxe, acordei perto do meio-dia, com o aroma do almoço já a provocar a erupção dos meus sucos gástricos. Logo após a bela refeição, cuja ênfase foi a costelinha de porco, a Fabi queixou-se de desconforto, uma dor nas costas que se alastrava pela linha da cintura, logo abaixo da barriga. Deitou-se, e como a dor pareceu piorar, achou por bem ligar para a médica.

Aí veio a bomba: a médica disse para ir correndo para o hospital, direto para a sala de parto. Ela nos encontraria lá.

Meus caros, minhas ilustres... foi uma correria digna de um desses filmes de comédia. Sem saber direito o que estava acontecendo, e com a iminência da nascença, fizemos uma mala para a Fabi, e saímos em desatinada carreira. Ficou combinado que a avó levaria o enxoval do pequeno, caso se fizesse necessário.
No caminho, a Fabi começou a perceber que a dor apresentava-se de forma cíclica, com intervalos de tempo entre uma "pontada" e outra. Vixe maria. Contrações? Mas já?

Não era.

Logo que chegamos ao hospital e nos dirigimos a fatídica sala de parto, as enfermeiras já lograram um diagnóstico, que a médica e os exames confirmariam. Não era trabalho de parto, pois a barriga não estava rígida. A médica logo chegou e ratificou: sem dilatação no útero, e mais uma série de termos que não me recordo, mas que corroboraram que o pequeno Pedro ainda não tem a intenção de sair do seu jardim de delícias, comida farta e calor para se aventurar nesse mundo de libaneses e israelitas. Restava saber o que era, então, a causa da dor. Uma rápida conversa e um exame esclareceram tudo: Pedra nos rins. Isso mesmo, o Pedro trouxe uma pedra, e a pedra, ao locomover-se pelos sensíveis canais do trato urinário da Fabi, causou-lhe imensa dor. Que a essa altura, convém esclarecer, já estava devidamente domada por uma ampla gama dos mais sofisticados analgésicos intravenais. No meio do ureter tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do ureter. E bem, já que estavamos ali, no hospital, não custava nada investigar tudo mais a fundo, e fomos fazer um ultrassom, para verificar in loco tanto o trato urinário da Fabi como o estado geral do Pedro. Foi divertidíssimo.
Como era sábado, a área de diagnóstico por imagem do hospital estava quase vazia, e o médico, de plantão, não tinha muito o que fazer. Com a Fabi devidamente tratada, ele pode dedicar-nos grande atenção, de forma que ficamos mais de uma hora no exame, perscutando as minúcias do nosso filho. Foi uma pena ter sido tudo tão de repente, pois não gravamos em vídeo. Mas vimos o Pedro abrindo e fechando a boca, fizemos uma checagem geral dos seus sistemas circulatório, respiratório, nervoso e digestivo, da sua estrutura óssea e do estado geral do seu habitat, o útero, bem como das artérias e da veia umbilical. Está tudo 100%.
Depois disso, ficamos ainda mais uma hora, aguardando a liberação. Aí ainda pudemos aproveitar a estadia, já que o hospital conta com TV a cabo e cozinha, ficamos assistindo Discovery Channel (lets do like they do on the discovery channel), e ainda comemos um lanche antes de ir embora.

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home