quinta-feira, maio 11, 2006

Toda história tem um começo

A primeira vez que eu vi a Fabiana, foi na casa do Pirata. Ela era vizinha dele, e chegou dirigindo um fusca, magrinha, doidinha. O corsário estava preparando um churrasco, e a gente conversou bem pouco nessa primeira vez. O que mais me atraiu nela nesse primeiro dia foi descobrir que ela sabia programar em Java e conhecia C++. Meu coração geek ficou profundamente abalado, mas nosso caso definitivamente nunca foi simples. Posso dizer que demorariam ainda uns dois anos até rolar o primeiro beijo, e mais uns dois para chegar até aqui.

Depois eu soube que quando eu a conheci ela já tinha trocado a informática pela biologia, os termos em inglês pelos nomes científicos em latim. Eu mantive a ladeira abaixo da minha vida, passando de enfant terrible a potencial de sucesso, de jovem empreendedor a free-lancer falido, de yuppie privado a funcionário público. Depois de um tempo eu mesmo virei vizinho do Pirata, e portanto da Fabi, e foi aí que a gente passou a se conhecer melhor. Ela sempre muito doce, muito gente fina, levava suco para a gente beber e as vezes aparecia com comida. Numa república integralmente masculina isso faz uma diferença e tanto. Nessa época já rolava aquela disputa, sabe como é, quem será que vai traçar a vizinha boazinha? Passou um ano, ninguém traçou, já que a Fabi sabia fazer o gênero "sou gente boa com todo mundo, não estou te dando moral".

Lembro de um dia que ela apareceu triste, deitou no sofá com a cabeça no meu colo e ficou ali, sem dizer nada, nem eu, durante horas.

Teve uma festa em um outro vizinho da rua (quem conhece a Teresópolis sabe como é) e a gente conversou muito mesmo, contei pra ela toda a comédia de erros que acabou me levando a morar em Blumenau, e todas as histórias fantásticas das mulheres incríveis que já me aturaram. Ela também falou muita coisa, a gente chegou a dançar um pouco, ficamos mais próximos, mas ainda não rolou nada.

Então eu estava saindo com uma outra garota, e apareceram pra mim convites para ir no aniversário do Pasquim 21, com a presença do Ziraldo, do Jaguar e outros figuras, coisa rara de se ver em Blumenau. Eu liguei para essa garota, para convidá-la:

- Vamos na festa do Pasquim?
- De quem?
- Pasquim 21, esse jornal, reedição do antigo Pasquim, sabe?
- Não sei...
- O jornal do Ziraldo...
- De quem?
- Ah, tá brincando... o Ziraldo, não conhece?
- É amigo seu?
- Humm.... deixa pra lá.

E então, estava eu com um convite sobrando, pensando na inevitabilidade da ignorância juvenil, quando aparece a Fabi.
- Vamos na festa do Pasquim?
- Vamos! O Ziraldo vai estar lá?

E fomos. E era tudo de graça, como me apraz. E conversamos, e ficamos juntos, tal qual um casal..... e não nos beijamos.

É incrível tudo isso foi acontecendo naturalmente, de uma forma que realmente nunca tinha acontecido comigo. Não é uma mulher que você conhece no chat, não é uma outra estudante da sala, não é uma cantada num bar que se extende por semanas. É uma amizade que foi crescendo, uma afeição que vai se transformando em admiração, que vai se transformando em atração, que vai se transformando em tesão.....

Até que um dia, precisamente uma sexta-feira, 13 de junho de 2003, um dia após o dia dos namorados que passamos sem presente.... rolou um beijo. Alías, "O" BEIJO, imagine dois anos de tesão reprimido que sai tudoaomesmotempoagora.

E apesar de ser sexta-feira 13 esse foi o dia de mais sorte em toda a minha vida.


2 Comentários:

At 10:56 AM, Anonymous Anônimo disse...

historia legal...

 
At 3:15 PM, Anonymous Israel S.Degásperi disse...

Nossa.... quanto tempo faz isso hein?! Parabéns aos pombinhos ! Com direito a post no twitter e tudo hahahaha Familia geek !

 

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