terça-feira, maio 23, 2006

Da série: grandes comentários

O pequeno é o início de tudo...
É lindo porque dá conta do ideal, este sim grande. Assim grande como o pequeno faz com que nós, ingênuos, pensemo-nos.
A pequenez pode ser suficiente para a maior e mais divina grandiosidade. As estrelas...as vemos tão pequenas...
Pequena é a semente nas entranhas da mulher; menor é a que carrega o homem.
Pequeno é o sabor de um beijo: é o aroma de fruta e mel que numa profusão musical une corpos e almas, vertendo vida.
Pequeno também é o tempo, que assim como as flores, não fenece pelo seu passar.
E é pequena a vivacidade do fogo, da brasa do lume, do cheiro da chuva e do cair do sol.
O pequeno é um vitral que a tempestade pode despedaçar de repente; mas não é frágil, conquanto indefeso.Indefeso porque o que é pequeno é puro como água de fonte.
Porque a grandiosidade demanda o conflito, ou o permite. O pequeno não se acopla a estas coisas...é pequeno demais para isso.
Porque caminhos nos conduz o pequeno? Em que obscuras direções?
Antes tivéssemos permanecido, sempre, sempre, pequenos. Sem dinheiro e sem conta, sem carro e sem moto, sem gravata de seda, sem a ilha de Manhattan, sem Lair Ribeiro, sem a bomba, sem o inevitável destino do oblívio...
Com que emblema poderemos, no capitel definitivo, ser pequenos?
Que sibila nos dirá tão doce segredo?

Tio João disse... em 25/04/06, às 1:15 PM.

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