Oi
Dois anos depois, só pra dizer que tá tudo indo muito bem, obrigado.
Depois de 2 anos e muita coisa, depois de altos e baixos, assim, sem nenhum planejamento, a Fabi ficou grávida. No mesmo dia um beija-flor apareceu na minha janela, e no mesmo dia o nosso amor foi multiplicado por um milhão. A história de como um publicitário urbano e uma biológa do mato conseguem adicionar mais um consumidor/elemento humano no mundo.
Ok, eu admito.
É... isso aqui anda meio parado. É que é realmente difícil traduzir em palavras e html a experiência de ver um jovenzinho crescer.
As gaivotas, tantas, tantas
Mudamos de casa. Viemos morar perto dos nossos empregos, aliás, ridiculamente perto de onde a Fabi trabalha. Basta atravessar a rua. Tudo isso, claro, em nome do bem-estar do Pedro e da amamentação exclusiva até os seis meses de vida. Cremos que assim as coisas ficarão mais fáceis.
Uau.
Desde o fim de semana passado a gravidez da Fabi passou para o status de "a termo". Isso quer dizer que o Pedro não pode mais ser prematuro, e que o parto pode ocorrer a qualquer instante.
É certo que o jovem ainda sequer nascido vai proporcionar-me infinitas alegrias, mas o guri é tão bom que já começou provendo-me com bônus. Inda nem nasceu, e já me proporcionou um dia dos pais.
Desculpem-me o uso de expressão de baixo calão, mas é a única que expressa o que sentimos durante algumas horas do sábado: cagaço.
Padrinhos.
Esse é o nome. Soa bem:
Ah, pois é.
Confesso que o ritmo de postagem caiu um tanto. Eu teria várias desculpas e explicações para isso, a começar pelo fato de que a Brasiltelefdp se recusa a instalar a ADSL lá em casa, me obrigando a postar do trabalho, o que nem sempre é possível. Eu poderia ainda invocar a copa do mundo e os outros assuntos que por ora tomam mais minha atenção, como a até agora vã esperança de que o Ronaldo redima a todos nós barrigudos e mostre ao mundo do que um pançudo é capaz. Mas a verdade mais simples sempre convence, e a realidade é que o quinto mês de gestação é meio assim, sem novidades.
O pequeno é o início de tudo...
A Fabi aproveitou o dia das mães para fazer um treino básico, que no meio científico é chamado de Teste. Para isso ela usou o sobrinho Leonardo, que no meio científico é chamado de Cobaia.
Publicitário adora Dia das mães. No nosso coração calculista, só perde para o Natal.
A primeira vez que eu vi a Fabiana, foi na casa do Pirata. Ela era vizinha dele, e chegou dirigindo um fusca, magrinha, doidinha. O corsário estava preparando um churrasco, e a gente conversou bem pouco nessa primeira vez. O que mais me atraiu nela nesse primeiro dia foi descobrir que ela sabia programar em Java e conhecia C++. Meu coração geek ficou profundamente abalado, mas nosso caso definitivamente nunca foi simples. Posso dizer que demorariam ainda uns dois anos até rolar o primeiro beijo, e mais uns dois para chegar até aqui.
Depois eu soube que quando eu a conheci ela já tinha trocado a informática pela biologia, os termos em inglês pelos nomes científicos em latim. Eu mantive a ladeira abaixo da minha vida, passando de enfant terrible a potencial de sucesso, de jovem empreendedor a free-lancer falido, de yuppie privado a funcionário público. Depois de um tempo eu mesmo virei vizinho do Pirata, e portanto da Fabi, e foi aí que a gente passou a se conhecer melhor. Ela sempre muito doce, muito gente fina, levava suco para a gente beber e as vezes aparecia com comida. Numa república integralmente masculina isso faz uma diferença e tanto. Nessa época já rolava aquela disputa, sabe como é, quem será que vai traçar a vizinha boazinha? Passou um ano, ninguém traçou, já que a Fabi sabia fazer o gênero "sou gente boa com todo mundo, não estou te dando moral".
Lembro de um dia que ela apareceu triste, deitou no sofá com a cabeça no meu colo e ficou ali, sem dizer nada, nem eu, durante horas.
Teve uma festa em um outro vizinho da rua (quem conhece a Teresópolis sabe como é) e a gente conversou muito mesmo, contei pra ela toda a comédia de erros que acabou me levando a morar em Blumenau, e todas as histórias fantásticas das mulheres incríveis que já me aturaram. Ela também falou muita coisa, a gente chegou a dançar um pouco, ficamos mais próximos, mas ainda não rolou nada.
Então eu estava saindo com uma outra garota, e apareceram pra mim convites para ir no aniversário do Pasquim 21, com a presença do Ziraldo, do Jaguar e outros figuras, coisa rara de se ver em Blumenau. Eu liguei para essa garota, para convidá-la:
- Vamos na festa do Pasquim?
- De quem?
- Pasquim 21, esse jornal, reedição do antigo Pasquim, sabe?
- Não sei...
- O jornal do Ziraldo...
- De quem?
- Ah, tá brincando... o Ziraldo, não conhece?
- É amigo seu?
- Humm.... deixa pra lá.
E então, estava eu com um convite sobrando, pensando na inevitabilidade da ignorância juvenil, quando aparece a Fabi.
- Vamos na festa do Pasquim?
- Vamos! O Ziraldo vai estar lá?
E fomos. E era tudo de graça, como me apraz. E conversamos, e ficamos juntos, tal qual um casal..... e não nos beijamos.
É incrível tudo isso foi acontecendo naturalmente, de uma forma que realmente nunca tinha acontecido comigo. Não é uma mulher que você conhece no chat, não é uma outra estudante da sala, não é uma cantada num bar que se extende por semanas. É uma amizade que foi crescendo, uma afeição que vai se transformando em admiração, que vai se transformando em atração, que vai se transformando em tesão.....
Até que um dia, precisamente uma sexta-feira, 13 de junho de 2003, um dia após o dia dos namorados que passamos sem presente.... rolou um beijo. Alías, "O" BEIJO, imagine dois anos de tesão reprimido que sai tudoaomesmotempoagora.
E apesar de ser sexta-feira 13 esse foi o dia de mais sorte em toda a minha vida.
A verdade é que muito antes do ultrassom já dava para saber o sexo de um bebê antes do nascimento. Eu quero dizer, muito antes do ultrassom ser inventado, já existiam simpatias, feitiços e mandingas para se descobrir se o rebento seria ele ou ela. E o incrível é que essas tradições tinham a acurácia de 50%, coisa que até hoje a meteorologia ainda sonha em alcançar.
Conosco, apesar do apreço pela metodologia científica que a Fabi nutre, e apesar da minha total incredulidade, é claro que testamos todas as filosofias populares que nos chegaram. Agora que o moderno ultrassom General Electric permitiu-nos saber com 100% de certeza que o rebento é macho, vale a pena revisitar as previsões, num estudo estatístico que espero, contribua para o aprimoramento da antiquíssima arte de dar palpites.
Resultado: 5 verdadeiros, 5 falsos e 3 inconclusivos. Ou seja, de acordo com a pesquisa estatística, a luz da ciência, se você fizer uma simpatia para saber o sexo antes do bebê nascer, você tem 50% de chances de acertar.
Olha aí... é um guri!